POR QUE VOCÊ DEVE ASSISTIR DIVERTIDAMENTE
Porque é um filme para crianças e sim, a máxima do clichê “resgate a criança que há em você” se aplica 100%. O filme trata das emoções humanas básicas: raiva, medo, tristeza, alegria e “nojinho”. A emoção é um processo que desencadeia ações físicas sucessivas e intensas no organismo das pessoas, enquanto o sentimento é uma experiência mental. Se interessar, assistaesse vídeo do António Damásio sobre a diferença entre emoção e sentimento; é curto e muito interessante.
Tudo acontece na mente de uma menina, que cresce e chega na adolescência; o enredo vai revelando como as memórias se formam, como as emoções se manifestam, em um cenário incrivelmente lindo e colorido, típico das animações infantis! Nem todas as crianças entendem bem toda a subjetividade que o filme desvenda, algumas inclusive acham que aqueles seres animados moram mesmo em suas cabeças. Mas a mensagem é clara e muito, muito bacana. E você, querida, ah você fará como eu: achará incrível como alguém criou isso tudo, dessa maneira simples, linda e divertida. Lembrei-me do melhor professor de Psicanálise que tive durante todos esses anos de carreira, que me deu aquele prazer de ser aluna: lançou livros importantes e tornou-se reconhecido em SP. Ele era engenheiro de formação (só depois fez formação em psicanálise) e, por isso, conseguia explicar de maneira objetiva, desenhada na lousa, o que conceitos profundos e complexos levariam semanas para serem entendidos!
O conflito entre a alegria e a tristeza
Embora todas as emoções se manifestem durante a aventura, o foco está no conflito entre a alegria e a tristeza. A alegria é quase maníaca: faz tudo para que a tristeza “não toque em nada” e por isso mesmo a tristeza vai “crescendo” no filme. Ela quer se expressar, ela quer fazer parte do grupo, afinal ela está ali, vendo tudo o que se passa com a menina e reconhece a importância de sua existência. Na chamada “sociedade do espetáculo”, onde tudo tem que ser hiper, master, blaster,mega incrível e feliz, sentir tristeza tornou-se quase um pecado capital (a não ser que você tenha uma depressão profunda, que seria mesmo uma versão hiper, master, blaster, mega da tristeza). Tá triste porque minha flor? Ah, besteira. Sacode a poeira, posta um selfie bem lindo no Instagram e segue adiante. Tédio? Imagina, cria alguma coisa! Está sentindo um certo “vazio” dentro de si, junto com uma inquietação? Vá fazer umas comprinhas!
Divertidamente é certeiro nesse ponto: não há alegria que impere e sustente toda uma vida emocional. Como em todo contraponto, os opostos precisam acontecer e se reconhecer. É nesse processo mais introspectivo da tristeza que descobrimos o que nos magoa, o que nos faz falta, que tipo de frustrações não estamos suportando…e é lembrando de nosso “eu alegre” que vamos aprendendo a lidar com a parte mais dura da vida, que corremos atrás, que nos reinventamos, que testamos saídas, ás vezes desastrosas, é verdade, mas que ampliam o nosso mapa emocional!!
Pegue seu filho(a), seu sobrinho, a(o) sua amiga(o) e o(a) filho(a) dela(e) e corra já para o cinema. Também não tenha receio de ir sozinha; eu sempre acho que quando “quebramos” a barreira do ir sozinha no cinema ou no restaurante, e aproveitamos a nossa própria companhia sem ficar pensando o que os outros vão achar dessa nossa “pseudo solidão”, subimos 2 degraus na escada da autoestima! Divirta-se com essa aula sobre a psicologia das emoções, para crianças e adultos, regada a pipoca, na “companhia” de crianças atentas e felizes. Para que mais? Depois me diz se não se encantará com a tristeza… Minha personagem predileta no filme!
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