terça-feira, 21 de julho de 2015

Família em Fase última

Família em Fase última



O medo de envelhecer e, como conseqüência, o de morrer acompanham o ser humano desde os primórdios da civilização. A busca da essência da juventude e da longa vida faz parte da nossa história. Mas a tristeza esta na morte em vida, e viver nada mais é do que agirmos como seres criativos, pois a monotonia da repetição equivale à morte.
É por isso que o sexo monótono, habitual, mecânico e tedioso se veste com a mortalha da frigidez feminina ou masculina. É a morte sexual antecedendo a morte física.

"A escolha entre vida e morte depende basicamente da postura de cada um, e somos os únicos responsáveis por ela."
Gérson López

Esta fase caracteriza-se pelo fechamento do ciclo com mudanças como aposentadoria de um dos cônjuges, viuvez, perda de autonomia, modificações físicas.
E quando falamos em sexualidade esta deve ser abordada dentro de um contexto do processo do envelhecimento com suas modificações físicas e psicológicas. As modificações físicas no homem e na mulher como a queda dos hormônios, afetam o emocional, o social e o físico.
As mudanças fisiológicas do homem idoso e da mulher idosa devem ser esclarecidas, como por exemplo, no homem a ereção é mais lenta, o período refratário (tempo que se leva para uma nova ereção) pode durar horas ou dias, e não mais alguns minutos, como na juventude. A mulher demora mais na produção de lubrificação vaginal.
A falta de informação e de trocas do casal sobre as suas dificuldades na relação sexual pode desencadear uma série de problemas e prejudicar o relacionamento familiar, conjugal, profissional e social. Pode ocorrer, por exemplo, de a parceira por falta de informação achar que o homem não há procura mais porque não a acha mais atraente, enquanto ele está com uma disfunção erétil e não conta para ela.
Existe também o mito da velhice assexuada, a velhice significa não ter mais desejos, não ter necessidade de satisfação sexual, acontece do próprio idoso acreditar neste rótulo vindo da sociedade. Nas famílias, os filhos são geralmente os primeiros a negar a sexualidade dos pais, interpretando como depreciativo, perda de lucidez ou até como demência.
A sexualidade muda no decorrer do tempo porque as pessoas mudam, crescem, e se conhecem cada vez mais. E, na terceira idade, pode-se dizer que se perde em quantidade mas, seguramente pode-se ganhar em qualidade!. As alterações na sexualidade com o passar dos anos proporcionam a ambos os sexos oportunidades para se compreender melhor o sexo oposto.
Na intimidade sexual o casal está mais voltado às trocas de carinho e afeto, cumplicidade e companheirismo e aos cuidados de um com o outro. Na relação sexual, ambos necessitam de mais estimulação para chegar ao orgasmo, sendo então um momento de aproximação e de entrosamento, de se viver o sexo plenamente.
Quanto às perdas e aos ganhos nesta fase, segundo a pesquisadora norte – americana Judith Viorst, autora do livro “Perdas Necessárias”, as perdas são “universais, inevitáveis e inexoráveis”, porque para crescer temos que perder, abandonar, desistir, renunciar novos projetos, porém avaliar estar perdas re significar e almejar novos horizontes.
Amor e intimidade amadurecidos são a união, sob a condição de preservarem a própria integridade, pois no amor ocorre o paradoxo de que dois seres sejam um e contudo permaneçam dois (Erich Fromm).
Envelhecemos como vivemos e falar de sexo na terceira idade é falar de vida, talvez de sua mais importante fonte de motivação para todas as idades.

Dra. Margarete Ap. Volpi
Terapeuta Familiar e Casal

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